top of page

PENSE NISSO: O caminho não Acabou, Deus quer Surpreendê-lo.

23/11/2014

 

Um zimbro no deserto, refugio de um desesperado?
Um zimbro no deserto, lugar para terminar uma carreira brilhante?
Um zimbro no deserto, local ideal para pedir a morte?
Um zimbro no deserto, para deitar-se e dizer: acabou?
Pois bem, foi exatamente isso que o corajoso profeta Elias fez, ao fugir de uma mulher. O grande profeta que disse que não iria chover, exceto se ele ordenasse. O corajoso profeta que desafiou quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, a um duelo sem precedentes, e após o duelo os matou. Este mesmo fugiu de uma mulher.
No deserto, um pé de zimbro é um lugar convidativo para um forasteiro descansar. O zimbro é um arbusto que cresce em regiões desérticas e chega a atingir até quatro metros de altura, com uma sombra atrativa para os que viajam pelo deserto, mais ainda para os que “fogem” para o deserto. Elias deitou-se a sombra do zimbro, não para descansar, mas para morrer.
Como Elias estava se sentindo?Abatido, sim. Destruído, não. Perseguido, sim. Desamparado, não. Mas fora Deus que o enviara, porque isso aconteceu? Bem... Vamos continuar.
Ao mesmo tempo em que Elias foge de Jezabel, para não morrer, lá debaixo de um zimbro ele pede a morte. Isso não parece um paradoxo? Não! É resultado do desespero. Vamos tentar entender a situação, pois ela pode ser comparada a nossa, pois em determinadas circunstancias queremos nos deitar a sombra de um zimbro e morrer. Nossas forças têm limite, em um determinado momento elas acabam. Isso é pecado? Não. Isso denota nossa natureza humana, dependente da graça divina.
O apóstolo Tiago escreveu “Elias era homem sujeito ás mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, pôr três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tg 5.17). Elias era humano, tinha carne e osso como você. Você está enganado se pensou que Elias era um super homem.
Após os acontecimentos no Carmelo, Elias ficou emocionalmente abalado. Sim, exatamente como nós, quando passamos pôr uma grande luta. Vem o desânimo, desejo de parar, sentimos que somos um fracasso, parece que o mundo desabou sobre nós, ficamos estressados. As vezes dizemos: “Não dá mais Senhor, a vida é injusta!”
Espere um pouco...
Vamos imaginar Elias procurando uma solução para seus problemas. Se na época, Elias tivesse procurado um psicólogo, o médico lhe diria “Sr. Elias, você está com depressão profunda, devido ao stress, precisa reduzir sua carga horária de trabalho, evitar aborrecimentos, o senhor deve procurar atividades físicas, etc.”.
Se Elias congregasse em uma de nossas igrejas, não iriam faltar aqueles que diriam: “Elias pediu a morte, só pode estar em pecado, ele é um ultramoralista, acha que pode mudar o mundo, quer ser o que não é, etc.”.
Elias estava em pecado? Não. Porque Elias estava daquele jeito então? Olhe o contexto em que Elias se encontrava, e você descobrirá porque Elias estava deprimido. Elias estava aborrecido com o mundo, a situação espiritual de seu povo lhe incomodava. Elias era um instrumento de Deus, mas era o homem, Deus não usa robôs, Deus usa homens.
Não podemos esconder nossas frustrações atrás de um sorriso, como se estivéssemos fazendo propaganda de creme dental. Há momentos que sorrimos, e há momentos que choramos, mas você continua sendo você, e Deus continua sendo Deus.
“Há, mas eu perdi tudo, perdi um filho, perdi minha esposa ou esposo, ninguém me aceita, ninguém me compreende, quero ser fiel, mas não consigo”.
Hei você perdeu a presença de Deus? Deus deixou de ser misericordioso? Deus deixou de ser Deus? Não! Então não há porque você parar, jogar tudo para o alto e dizer: acabou.
Em parte entendo o que você está passando, todavia Deus entende tudo, e debaixo do pé de zimbro não é o lugar que Deus preparou para você, porque o caminho ainda é longo. Enquanto há vida, há tempo para lutar. Prossiga. Deus reservou para você um pão cozido, e água fria para matar tua sede. Deus ainda quer alimentar você.
Na Bíblia encontramos somente dois casos em que os anjos serviram alguém com alimento, Elias e Jesus. O mais interessante é que os dois estavam no deserto, os dois tinham uma missão no reino de Deus, os dois eram obedientes a Deus. Deus nunca desampara os seus.
Jezabel perseguiu Elias, porque Elias nunca deixou de ser fiel a Deus. Jezabel é símbolo de mundo, de pecado, de imoralidade, de vida fácil, de vida sem compromisso com Deus, de idolatria. Quantas vezes estas coisas te perseguem e você acha que não vai conseguir vencer?
Não quero desanimar você, mas enquanto você estiver neste mundo as lutas sempre existirão, mas Paulo nos conforta dizendo: “Porque para mim tenho pôr certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).
As aflições são temporais, a gloria é eterna.
As aflições são terrenas, a gloria é celestial.
As aflições são causadas pôr nós, pelo mundo e pelo diabo, a glória, provém de Deus, é perfeita.
A Bíblia diz que Jesus nos fez “reis” (Ap 1.5), o mundo não nos vê como reis, mas o dia que a glória do Senhor se revelar em nós, reinaremos com ele para todo sempre. Então o prazer de reinar com Jesus, tornará as tribulações desta vida tão insignificantes que nós esqueceremos que um dia passamos pôr elas.
Nossa vida é cheia de contratempos, adversidade e problemas. Mas “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angustia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Pôr amor a ti somos entregues á morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, pôr aquele que nos amou” (Rm 8. 35-37).
O evangelho não promete isenção de problemas, pelo contrário, aquele que serve a Deus está continuamente envolvido, numa guerra espiritual. A morte que Paulo fala no versículo 36 é a morte do nosso “eu”, do nosso “orgulho”, essas coisas precisam morrer cada vez que elas tentam ganhar vida em nós.
Quando nosso “eu” está morto, crucificado, nada nos separa de Deus, porque não vivemos para nós mesmos, vivemos para Deus, “porque Nele vivemos, e nos movemos, e existimos...” (At 17.28).
Existem pregadores que para ganhar popularidade, prometem o que Deus nunca prometeu, ensinam o povo a exigir de Deus, aquilo que Ele já fez, nos dar a salvação. Da salvação procedem bênçãos maravilhosas, que somente serão desfrutadas a medida que nos aproximamos mais de Deus.
Quando Deus nos escolhe para servi-lo, ele não nos transforma em pessoas feitas de ferro, Ele nos dá a salvação, “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7). Continuamos sendo humanos, frágeis, carne e osso, todavia nosso coração outra hora, habitado pelo diabo, torna-se templo do Espírito Santo, e as coisas começam a mudar, e pôr vezes estas mudanças geram algum desconforto, mas o resultado é glorioso. À medida que somos transformados, nos tornamos mais parecidos com Cristo. O sofrimento é um meio de Deus nos aperfeiçoar, nos moldar segundo o seu querer. O sofrimento não pode ser visto simplesmente como um mal, quando vemos o sofrimento como um mal, nos tornamos pessimistas, e culpamos Deus por todas as desgraças que acontecem na humanidade.
Existem limites que nós estabelecemos, e existem limites que Deus estabelece. Entre esses dois limites existe uma grande diferença. Os limites de Deus são exatos “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17). A exatidão no trabalhar de Deus, é fruto da perfeição de seu caráter.
Nossa comunhão com Deus precisa ser contínua, mas não podemos descartar a possibilidade de em determinadas situações nos sentirmos abatidos. “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injurias, nas necessidades, nas perseguições, nas angustias, pôr amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte” (2 Co 12.10).
Não posso ficar passivo ante as situações que me encontro, manter um estado de inércia é uma atitude de covardia. Elias ante a ordem do anjo saiu do estado de inércia, caminhou quarenta dias e quarenta noites. Tudo o que o inimigo quer, é que você pare, desista, aceite passivamente esse estado, essa situação.
Existem coisas para as quais nós encontramos explicações, outras não. Muitas pessoas querem explicações para todas as coisas que acontecem a sua volta e com elas. Exigem que Deus lhes dê satisfações do que Ele está fazendo. Deus está interessado em você mais do que ninguém, espere que o tempo lhe responda.
Elias pediu a morte, mas quando o anjo lhe despertou pela segunda vez, ele reagiu. Elias levantou-se e caminhou, caminhou para uma caverna, onde mais tarde ele ouviu a voz de Deus. Deus fala quando precisa, não quando queremos, Deus atende nossas necessidades e não nossos caprichos.
Certo dia uma pessoa chorando me falou, “onde Deus está que não fala comigo?” Eu lhe perguntei “onde você está?”. Se Deus tivesse feito o que Elias pediu no deserto, “quero morrer”, onde estaria o relato do rio Jordão que se abriu? Ou do redemoinho, em que Elias foi arrebatado? Deus sempre nos surpreende. Deus sempre tem algo mais a nos mostrar. Pôr vezes preferimos tapar nossos olhos com a ignorância, a contemplar o que Deus tem para nós, ou, às vezes queremos que Deus mude, em vez de nós mudarmos. Deus nunca mudará, Ele é perfeito, se alguém precisa mudar este alguém somos nós.
O problema muitas vezes está em nós colocarmos os nossos limites, em vez de ir até os limites de Deus. Deus prepara o nosso caminho, pois até do relâmpago Ele preparou “quando prescreveu uma lei para a chuva e caminho para o relâmpago” (Jó 28.26).
Essa história de que um servo do Senhor não pode desanimar, não pode estar aflito e passar por problemas, não é verdade. “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores” (Tg 5.13). Não podemos aceitar essa condição, porém ela não deixa de existir. Mas ela somente continuará existindo, se eu não procurar uma solução em Deus.
Seja realista com você mesmo. Peça ajuda quando precisar. Não fique isolado nos teus problemas conte para Deus ou para alguém de sua confiança.
Costumamos julgar Elias do ponto de vista humano. Elias fugiu e se escondeu. Uma pergunta, quem teria coragem de fazer o que ele fez? Quem teria a mesma ousadia deste profeta? Se você tem, prepare-se para ser perseguido.
Quando vemos uma pessoa abatida costumamos conjeturar, quais os motivos que levaram-na a se encontrar naquele estado. Pensamos muitas coisas que até nos “esquecemos” de orar pela pessoa. Quando nós nos encontramos abatidos, ficamos complexados. Evidenciamos nossas falhas e esquecemos de nossas virtudes. Deus não conjetura porque estamos passando por isso ou por aquilo, Ele vem ao nosso encontro e nos ampara com sua abundante graça e misericórdia.
O que levou Elias para debaixo do pé de zimbro não foi a covardia, mas a coragem. Desafiou um rei, quatrocentos e cinqüenta falsos profetas e um povo que coxeava entre dois pensamentos. Quando Elias achou que havia terminado, Deus lhe dá mais algumas tarefas antes de recolhê-lo.
O recomeço é para os heróis. O herói mesmo ferido na batalha continua lutando até a morte ou até vencer o seu oponente. Se você se feriu na batalha, deixe o Espírito Santo envolver você com sua unção e curar suas feridas.
“Então isso não é para mim!” Você pode dizer, não sou um herói. Você pelo menos deve levantar-se, pois a força vem do Senhor.
As formigas podem nos dar uma grande lição, quando seu ninho é destruído, elas tornam a reconstruir, isso elas fazem por várias vezes, se destroem num lugar elas mudam para outro, mas jamais desistem do seu projeto.
As formigas não deixam de ser formigas, no entanto elas são persistentes. Muitas vezes o nosso caminho acaba, quando deixamos de persistir. “Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (Hb 12.12). Quem sabe as lutas fizeram suas mãos, antes cheias de vigor e energia, se cansarem. Levante-as novamente e prossiga, porque muito longo te será o caminho.
Você já enfrentou tantos desafios, enfrente mais um, que Deus quer surpreende-lo, assim como fez com Elias. A missão de Elias não havia acabado ainda, restava algo para ele realizar. Deus sempre tem algo mais para nós. No momento em que a luta se torna mais acirrada, Deus nos surpreende com um milagre.
É exatamente quando nós chegamos ao limite, que Deus concretiza sua vontade em nós. A vontade de Deus é perfeita, e sempre haverá algo mais que Deus deseja realizar através de nós, e em nós.
Nosso caminho não acaba, quando nós não conseguimos mais ver os horizontes, nosso caminho acaba quando nós estivermos vendo os horizontes celestiais, e o Senhor nos convidando a entrar em sua morada.

 

Deus o abençoe!

© 2014/2020 - by Congregação Cristã Nacional - CCN

All rights reserved

Sede: Rua Pedro Vicente, 84 - Ponte Pequena (Metrô Armênia) - São Paulo/SP.

Entidade religiosa devidamente registrada no 8º Cartório de Registro de Notas de São Paulo sob nº 32.393 de 09/01/2015

bottom of page